quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Billy Elliot


O trailer do filme Billy Elliot (2000) vem como indicação para todos aqueles que têm um sonho e que precisam assumir sua verdadeira essência. Mas também serve de mote para trazer mais um relato meu. Antes de começar, vamos à sinopse do filme:

O longa conta a história de um garoto de família humilde, que faz aula de boxe, mas acaba se deparando com a dança. Escondido de seu pai, Billy diz frequentar as aulas de boxe, mas vai para as aulas de Ballet. Ele se relaciona com a dança de modo a enfrentar seu pai, com o apoio de sua professora. O filme quebra um tabu sobre a orientação sexual de bailarinos. Billy consegue fazer com que o pai o apoie e o ajude a alcançar o seu desejo (ser bailarino). Passados alguns anos, Billy faz um espetáculo e o pai e o irmão vão vê-lo. Este é o filme de estreia do diretor Stephen Daldry.

Este filme foi indicação do meu marido, pois faz umas três semanas que eu comecei a fazer aulas de Jazz (será que eu deveria fazer Ballet???). Eu adorei o filme, mesmo achando o roteiro um pouco fraco, explorando o conflito dos pernosagens de forma muito superficial. Porém, eu me reconheci muito com a história do Billy. Senta que lá vem história! (Se você não sabe de qual programa é essa frase, é porque você é uma bichinha bem novinha).

Quando eu tinha uns doze anos, meu pai me colocou em aulas de karatê. Eu até fiquei empolgado, mas sabia que aquilo lá não era para mim. Fiquei uns dois anos treinando e apanhando, mas foi uma fase, né? (até beijei uma menina na academia!). Essa foi uma fase em que eu estava me descobrindo, então trocar de roupa no vestiário sempre era interessante para mim.

Mais de dez anos depois, em um momento de reflexão (já tive vários momentos desses na minha vida), decidi que iria fazer algo de que realmente eu gostasse, que me agradasse e que não fosse obrigação. Sempre quis fazer algo do meio das artes. Pensei em três alternativas:
  1. Teatro: não acredito ter uma postura de ator. Meu perfil é muito mais de bastidores, de produção;
  2. Cantar: tenho uma voz grossa e meio rouca. Se eu fosse lésbica, me lançaria na MPB e faria sucesso, mas não é o caso.
  3. Dançar: algo que eu sempre gostei. Quando eu era criança, o grupo "É o Tchan" estava muito em alta. Eu e minha irmã arrasávamos nas festinhas. Depois que eu me tornei adolescente, as meninas se matavam para dançar comigo nos bailinhos. Como o Ballet é MUITO difícil, decidi experimentar o Jazz e me apaixonei. Tenho algumas dificuldades, quanto ao meu alongamento. Mas, no geral, estou indo bem.
Enfim, essa história toda é para contar do meu momento. Antes eu estaria encanado por ser um dos únicos meninos da companhia inteira ou pelos olhares das menininhas novinhas, parecendo me julgar e tal. Fora isso, teria que aguentar as pessoas que sabem que eu estou dançando. Porém, estou em um momento em que eu realmente sou responsável sobre a minha vida, para o bem e para o mal.

Como eu me assumi há muito tempo, já encaro essas situações com maior tranquilidade. Faço piada antes que alguém a faça e dou muita risada de mim mesmo.

Para finalizar, assistam ao filme. Não é dos melhores, mas vale a pena pelos momentos de dança (praticamente uma Sessão da Tarde).

domingo, 23 de outubro de 2011

Heterofobia! Oi?

Esses dias recebi pelo mailing do site da ABGLT a seguinte notícia:

Milhares de evangélicos vão às ruas protestar contra "heterofobia"

A noite desta segunda-feira (30) foi marcada por um grande grito em favor da família brasileira. Em frente ao Palácio Rio Branco, milhares de pessoas protestaram contra as mudanças previstas na legislação através da PLC 122/2006.

O evento contou com a presença de vários lideres religiosos das igrejas locais, do Coordenador do movimento pró vida da CNBB em Brasília, Paulo Fernandes, do Deputado Federal e Presidente da Comissão parlamentar em Defesa da Vida e da Família, deputado João Campos e do cantor e também parlamentar Marcelo Aguiar.

Aproximadamente 5 mil pessoas prestigiaram este grande encontro onde o governador Tião Viana se fez presente e foi homenageado como uma das pessoas que lutam em defesa da família, recebendo das mãos do deputado federal Henrique Afonso, uma placa em madeira como forma de agradecimento.      

O governador declarou em pronunciamento que vai garantir que a sociedade seja regida por leis cristãs, que valorizam o bem de todos.

Para o deputado Henrique Afonso (PV-AC), 2º Vice presidente da Comissão parlamentar em       Defesa da Vida e da Família na Câmara Federal, este é o ponta pé inicial para um grande movimento que desperta a igreja a ir em busca daquilo que acredita ser certo.

“Este evento aqui é para mostrar no que acreditamos, não somos homofóbicos, apenas queremos ter  liberdade religiosa, e não podemos aceitar que um estatuto milenar, que algo tão sagrado, como a família possa ser desfeita de uma hora pra outra” garantiu o parlamentar.

No ultimo fim de semana, como resultado do Seminário sobre vida e família onde foram debatidos as  principais mudanças nas leis que serão votadas no Congresso Nacional, foi elaborada uma "Carta da Família Acreana"  que será enviada aos principais poderes nacionais, estaduais e municipais, pedindo a revisão da lei.

(http://www.acrenoticia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=2428:governador-tiao-viana-participa-de-ato-religioso-contra-avanco-homossexual&catid=1:eventos&Itemid=59).

Eu vejo uma notícia dessas e mais tudo o que o Bolsonaro já falou e também os comentários toscos do Silas Malafaya e só posso chegar a um conceito: Homofobia é diferente de liberdade de expressão!

Não faz sentido uma pessoa ser rechaçada por uma outra pessoa, só porque o Deus dela não aprova certos comportamentos. Em nome da fé, ataques diários acontecem a homossexuais e os agressores, na maioria dos casos, ficam impunes. Fala-se o que quer, onde quiser, sem medo de punição.

Esses camaradas sempre falam que o PLC 122/2006 será uma mordaça gay (que luxo)! Realmente será uma mordaça enquanto o conteúdo das falas for altamente ofensivo, discriminatório e preconceituoso, ou seja, a liberdade de expressão é vital para a democracia, porém o respeito deve ser considerado acima de tudo.

Apenas com leis que garantam os nossos direitos é que seremos respeitados. Enquanto as pessoas não forem punidas por suas agressões, os casos de homofobia continuarão e quando nos posicionarmos seremos taxados de heterofóbicos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Eu não quero voltar sozinho", de Daniel Ribeiro

"Eu não quero voltar sozinho" é um curta de Daniel Ribeiro, diretor também de "Café com Leite" de 2007. O vídeo recebeu recentemente o prêmio de melhor filme do Festival de Cinema Gay do Reino Unido.

O enredo gira em torno de um menino de 15 anos, cego, que se apaixona pelo seu colega de classe recém-chegado em seu colégio. O vídeo traz um amor tão ingênuo, tão difícil de se ver hoje em dia, assim como a naturalidade na abordagem do tema. Vale muito a pena assisti-lo (Link no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=1Wav5KjBHbI)

Eu gosto de vídeos assim, sem serem panfletários e que tratam de questões ainda delicadas como a homossexualidade em nossa sociedade. Vejam, mesmo com toda a delicadeza do vídeo, ele não deixou ser alvo de protestos por parte de pessoas desinformadas no estado do Acre (http://acapa.virgula.uol.com.br/cultura/curta-eu-nao-quero-voltar-sozinho-e-proibido-no-acre-confundido-com-kit-antihomofobia/3/9/13819).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

15 anos sem Renato Russo


Sempre precisei de um pouco de atenção, minha sempre dizia. Procuro tanto por atenção, que criei este blog. Hoje a noite não tem luar, está frio e é dia de relembrar. Como um blog gay, não posso deixar de comentar os 15 anos da morte de Renato Russo, não só por ele se declarar gay, mas também pela importância de sua música. Acho que até a mais lesada sabe de quem eu estou falando (ou não?). Como sou um animal sentimental (mas não me apego facilmente), vou contar um pouco sobre a minha trajetória com o Renato.

Enquanto ele estava vivo, eu estava longe, longe, em outra estação. Quando ele morreu eu tinha 11 anos, não me recordo de assistir a nada sobre sua morte. Sabe quando você sabe da existência da pessoa, mas ainda é indiferente para você?

O primeiro contato significativo que eu lembro foi com uma menina da minha sala no primeiro ano. Estávamos fazendo um trabalho na escola e o tema era sobre perdas que tivemos ao longo da nossa vida. A história dessa menina era sobre a morte de Renato e que esse dia foi o mais triste da vida dela e que ela chorou muito. Dos passeios do colégio lembro sempre de ter alguém que sabia tocar violão e cantávamos "Eduardo e Mônica", "Pais e Filhos" e até "Faroeste Caboclo". Desde então comecei a perceber a importância dele para todos os jovens.Há tempos eu já deveria ter ouvido Legião Urbana seriamente, mas ainda ainda não havia chegado o meu momento de ter contato com ele!

O meu interesse realmente começou quando, na casa de um amigo, ouvi a coletânea Mais do Mesmo com os principais hits da banda. Peguei emprestado e fiz cópia do CD (não, não tinha MP3 ainda). Depois emprestei de um outro amigo As Quatro Estações (o álbum do qual eu mais gosto). A parti daí li muito sobre a banda na internet e alguns livros também (indico Conversações com Renato Russo).

O que eu acho interessante da Legião é a completa aversão a gravar videoclipes. Imagine, metade da década de 80, todos as bandas fazendo seus vídeos e a Legião com uma míngua de vídeos para assistirmos. Ahhhhhhhhhhhhhh!!!! O vídeo que eu escolhi para o post é "Strani Amore" do álbum Equilíbrio Distante.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Glee

Começou a terceira temporada de um dos seriados de maior sucesso dos últimos anos: Glee! Eu adoro este seriado. Comecei a assisti-lo na metade da primeira temporada, desde então sou um fã da série. Da terceira temporada já deu para perceber que ela está mais gay do que nunca. O personagem principal deste post é, claro, Kurt Hummel (Chris Colfer).


Kurt é um dos principais personagens da série. Ryan Murphy, principal autor da série, escreveu o papel inspirado no histórico de fracassos de Colfer. Homossexual assumido, Colfer amargou várias decepções em testes por sua voz feminina e pelo seu gosto por musicais da Broadway. Murphy escreve os papéis de acordo com a vulnerabilidade de cada um (isso fica mais claro ao assistir ao The Glee Project). Enfim, vamos fazer um remember da história de Kurt na série.

Na primeira temporada todos os personagens ainda são muito caricatos, assim também é o Kurt. Sabe aqueles viadinhos bem ligados à moda? (Adoro, queria ser igual) Então, assim é ele. Nessa temporada um dos principais dramas de Kurt é tentar impressionar o seu pai. Um dos momentos mais engraçados é quando Kurt é pego pelo seu pai, dançando "Single Ladies", montado no salto. Outro momento na verdade é um episódio inteiro em que Mercedes se apaixona por Kurt. Já de momentos emocionantes é o episódio em que ele abre o jogo com seu pai (chorei muito).  Há também o momento 'bicha má', em que ele tenta detonar Rachel, por estar seriamente atraído por Finn. Na sequência há toda uma trama para aproximar seu pai da mãe de Finn, com o objetivo de unir as famílias, ou seja, momento bicha deslumbrada, no fim ele tem sucesso em seu intento, mas daí novas situações homos x heteros começam. Este ponto da série eu acho meio chato, pois não gosto muito de deslumbramentos.


Com a segunda temporada há um avanço nos dramas dos personagens, com Kurt isso não é diferente. É nessa temporada que conhecemos Blaine Anderson (Darren Criss). Vamos repassar os melhores momentos! Kurt começa a ganhar destaque lá pelo sexto episódio (Never been kissed), quando ele começa a sofrer ataques homofóbicos diretos de Karofsky. É nesse episódio em que ele vai visitar a Dalton Academy, um internato para meninos, onde todos se respeitam. Na Dalton que ele conhece Blaine e vê uma apresentação dos Warblers, cantando "Teenage Dreams", da Kate Perry. Na sequência dos episódios há o casamento do pai de Kurt com a mãe de Finn, episódio bem emocionante. Kurt vai estudar na Dalton e fica cada vez mais próximo de Blaine (passei bons meses torcendo pelos dois). Há ainda uma dúvida de Blaine a respeito de sua sexualidade, mas alguns episódios depois, Blaine se declara para Kurt e os dois se beijam e começam a namorar (lindos!!!).

A terceira temporada começou já com Kurt e Blaine em destaque. Não vou falar muito desses episódios, pois essa é a temporada atual. Acho que o grande drama deles nessa temporada será a questão das aparências: o gay macho, que se passa muito bem por hetero e o gay feminino, objeto de ódio tanto de hetero como da própria classe (sobre esse assunto, eu quero falar em futuro post). Com certeza, essa temporada promete.


domingo, 9 de outubro de 2011

O amor gay está no ar!!!

Dia 12 de outubro é feriado! Que lindo, dia das crianças!!! Acorda Bicha, você acha que eu vou fazer um post sobre o dia das crianças ou sobre Nossa Senhora Aparecida? No way!

Enfim, no feriado, a MTV está preparando uma programação inteiramente voltada para o público gay. Pega o bloquinho da Hello Kitty e a caneta da Moranguinho e se liga nessa programação mais que especial:

Hora Extra Especial Gay – Apresentado por Jana Rosa e Didi – ao vivo
15h

Acesso Especial – Apresentado por Marimoon e Titi – ao vivo
17h

Top 10 Divas Gay - Apresentado por Didi – ao vivo
19h

Grampo MTV – Apresentado por Cazé
20h

Furo MTV – Apresentado por Dani Calabresa e Bento Ribeiro
22h

LUV MTV Gay
22h30

Todos podem ficar tranquilos, pois já verifiquei a programação dos outros canais e não vai passar nenhum filme de princesas Disney, Barbie ou comédia romântica, ok?
Para aquecimento, dá uma olhada nesse link http://mtv.uol.com.br/videos/programas/luv/o-amor-gay-esta-no-ar. É uma prévia do Luv MTV. Já estou sabendo que o programa vai ter um final babado. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Minha união estável homoafetiva

Não é retrospectiva 2011! Sim, eu e meu companheiro assinamos a nossa declaração de união estável cinco meses depois da decisão histórica do Supremo Tribunal Federal em reconhecer os direitos dos casais homossexuais (Foi no dia cinco de maio). Nesses cinco meses acompanhamos várias notícias de vários casais e eu meu marido sempre conversamos sobre quando iríamos oficializar a nossa UNIÃO.

A partir disso pensamos em mmarcar em uma data que fosse simbólica para nós, como a data que começamos a namorar. E então ficou decidido. Nesse meio tempo, eu acabei pedindo demissão no meu emprego e vou começar a trabalhar em uma nova empresa. Quando peguei a lista de documentos e vi que poderia ser entregue no lugar da certidão de nascimento, entre outros documentos, a Declaração de União Estável. Na lista não havia distinção de hetero ou homoafetividade, então resolvi arriscar!

Como sempre falo, uma das propostas do blog é a de afirmar que temos que ser gays em todos os lugares (ou seja, tive que me por à prova). Enviei um email para a funcionária do RH, perguntando se havia uma política de direitos para casais homossexuais e ela me respondeu positivamente. Ehhhh! Achei muito legal o posicionamento da empresa.

Nós oficializamos no mesmo cartório em que Toni Reis e David Harrad oficilizaram a deles, o 6º Tabelionato de Curitiba. Inclusive, gostaria de falar da naturalidade do tabelião que nos atendeu. Estava receoso de como seríamos tratados. Fora isso, as nossas "madrinhas" são um arraso. Uma é heterossexual e minha grande amiga. A outra é minha super amiga lésbica dona do blog "Ela e outras mulheres". Foi muito legal.

Outra coisa que é muito legal foi colocar a data desde de quando começamos a morar juntos e perceber que eu já dividimos nossas vindas um com o outro há quase três anos. É legal ter um documento em que os nossos direitos de casal estão reconhecidos. Ler nesse documento a expressão "entidade familiar" é muito emocionante.

Música de sexta - Rabiosa


Shakira morena? É isso mesmo!!! (Tem Shakira loira também).

Sei que esse clipe não é nenhuma novidade, mas mesmo assim resolvi postá-lo aqui no blog e falar um pouco sobre Shakira. Antes de falar dela, vamos falar um pouco sobre a música. Essa é uma daquelas que podem tocar no meio da balada, para dar uma nova animada na pista. Adoro!

A letra não é nenhuma obra-prima, mas as referências sexuais são bem fortes ("You got a lot of sex appeal"). O vídeo é bem curto, mas é muito bacana a movimentação de Shakira pelos vários ambientes de uma festa MUITO animada e cheia de gente linda (entenda aqui homens lindos).

Adoro ver Shakira hoje em dia, linda! Sim, sou do tempo do qual Shakira não era esse mulherão. As bichinhas mais novinhas vão falar: - Como assim? Em "Wherever, whenever" (2001) ela está loira e linda!

Oh viadinho novo! Eu conheci Shakira BEM antes, em meados dos anos 90. Ela era ruiva e nada atraente. Ela não chegava a ser feia, mas parecia um tanto diferente. Enfim, sempre admirei a potência da sua voz, a sensualidade dela e a vontade de dançar que eu sinto quando ouço suas músicas. Ela é tem vários sucessos e tem uma carreira brilhante. Fora isso, ela sempre está envolvida em projetos de trabalhos sociais.
  
Agora é só ir para a balada e torcer para tocar Shakira!!!