terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Rei nos apoiou

"Oi, Will?!?!!? De quem e o que você está falando? Vivemos em uma República Presidencialista e não na Monarquia."

Eu sei, eu sei. Estou falando do Rei Roberto Carlos, que fez uma declaração em entrevista ao Programa do Jô em que declara ser a favor do casamento gay. Vejam a declaração:

"Não importa a vida pessoal, nem a vida sexual, o que importa é ter caráter. Acho que devemos não só apoiar, mas ajudar para que aconteça".

E mais, ele dá essa declaração logo após falar que é um católico fervoroso! Incrível, não? Então, não que eu seja fã do Robertão, mas um apoio desses não pode passar em branco. Com essa declaração, ele não vai fazer com que as pessoas mudem de opinião, mas isso já basta para causar reflexão (em uma escala maior, aconteceu também quando Ricky Martin declarou ser homossexual).


Enfim, aproveito essa declaração para aqui mesmo fazermos uma reflexão. Eu apoio as paradas gays, apoio a inserção de homossexuais na teledramaturgia (estou atualizando um texto meu sobre este assunto para postar aqui no blog), apoio que todas as nossas ações sejam veiculadas e tal, mas eu acredito que isso deva ser parte da estratégia para alcançarmos os nossos direitos. Gostaria de deixar bem claro que não queremos aceitação das pessoas, mas sim os direitos que um casamento proporciona aos heterossexuais (fora muitos outros que nos são negados).

Esse tipo de declaração repercute na cabeça das pessoas de uma outra forma, elas ouvem e refletem, diferente de casais gays nas novelas, em que há grande rejeição por parte dos telespectadores. Quanto menos afetado o gay na novela, mais há rejeição. Pensando sobre o assunto, parece que o gay afetado é a materialização da visão preconceituosa que alguns têm de nós. Por mais espalhafatoso que seja, o gay afetado não representa uma "ameaça" à educação da família e aos bons costumes. A sexualidade latente representa uma espécie de vergonha no modo de ser. Porém novelas com casais, que vivem no modo heterossexual de ser (como se fosse apenas direito deles constituir família) representam um modo "normal" de ser, em que a sexualidade fica em segundo plano (como deveria ser).

Esperamos por novas declarações de outras personalidades. Todo apoio a nossa causa é válido!

sábado, 17 de setembro de 2011

Quer nos condenar? Então viva inteiramente conforme a Bíblia!


O vídeo que da início a esse post foi retirado da série "The West Wing", que no Brasil recebeu o nome "West Wing: Nos Bastidores do Poder". A série foi de enome sucesso na televisão americana, entre os anos de 1999 a 2006. Este trecho apresenta a derrubada de um dos principais argumentos contra os homossexuais: "Will, está na Bíblia que ser homossexual é pecado, veja lá em Levítico 18:22, Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação". Já ouvi várias vezes esse "argumento".

O pior é que eu continuarei a ouvi-lo e praticamente todos os gays o ouvirão algum dia. Mas acontece que, por mais religiosas que as pessoas sejam, ninguém segue TUDO o que está na Bíblia. Como diz o Mr. Presidente na série, ninguém irá mandar matar alguém por trabalhar no sábado ou irá por à venda sua filha. a Bíblia disse isso e muito mais.

Por que fazer uso dessa passagem para nos atacar? Costumo dizer que se você quer julgar a vida de outra pessoa, primeiro você tem que olhar para você mesmo afim de não estar cometando nenhuma falta. Mas o que acontece não é que as pessoas sejam cegas em interpretar a Bíblia ao pé da letra. Na verdade, elas são loucas de espertas, fazendo as escolhas que lhe são convenientes. "Eu não sou gay, Levítico 18:22 diz que se deitar com outro homem é pecado, então isso eu tenho que pregar". Assim é fácil, né?

Abaixo, transcrevo uma resenha da Revista Superinteressante para o livro "The Year of living Biblically", do americano A. J. Jacobs. O texto traz um pouco do que Jacobs passou para seguir todos os preceitos da Bíblia.

A bíblia como ela é
Jesus respondeu, e disse-lhe: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”.
Disse-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer”?
João, 3:3-4
Nicodemos não era burro nem ignorante. São Nicodemos, aliás, era um homem letrado, um rabino do sinédrio de Jerusalém – algo como o Supremo Tribunal da Judéia nos tempos bíblicos. Jesus falava de renascimento espiritual, mas o sábio tomou demasiado literalmente Suas palavras, como mostra o Evangelho de São João. Se até os contemporâneos de Jesus tinham problemas com tantas parábolas, metáforas e alegorias, imagine o que não ocorre às pessoas do século 21, desacostumadas ao estilo empolado em que os livros da Bíblia foram escritos, milhares de anos atrás.
Aqueles que interpretam a Bíblia ao pé da letra não apenas existem, como têm voz no gabinete presidencial dos EUA. São os fundamentalistas bíblicos. Eles crêem que o Universo foi criado em 7 dias de 24 horas e não duvidam que Matusalém tenha morrido aos 969 anos (e concebido um filho aos 187 anos). Mais: a palavra é a lei. Se os livros mandam dar o dízimo, lá se vão 10% da renda da pessoa; se os textos sagrados condenam a luxúria, é dever zelar pela castidade – a própria e a alheia.
O jornalista americano A.J. Jacobs fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, do Gênesis ao Apocalipse, que arbitram a conduta do homem comum. Decidiu que passaria um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, interpretando sozinho as escrituras. E encarnou o “fundamentalista máximo”, como ele define na introdução do livro que resultou desse projeto, The Year of Living Biblically (“O Ano em Que Vivi Biblicamente”, ainda sem previsão de lançamento no Brasil).
Jacobs, um judeu que se define como agnóstico no início do livro, dividiu sua missão da seguinte forma: apenas os 3 últimos meses seriam dedicados ao Novo Testamento, exclusivo dos cristãos; os 9 primeiros abordariam o Velho Testamento, que cobre um período histórico muito mais extenso e também é adotado pelo judaísmo. Muitos dos ditames dos livros mais antigos já são observados pelos judeus de correntes ortodoxas.
No decorrer do tal ano bíblico, Jacobs foi se metamorfoseando numa espécie de Moisés a perambular pelas ruas de Nova York. Parou de aparar a barba (Levítico, 19:27), usou azeite como condicionador capilar e passou a vestir uma túnica branca (Eclesiastes, 9:8). Ainda no quesito ves­tuário, livrou-se das peças cujo tecido misturava lã e linho, pois a lei sagrada proíbe tal combinação (Levítico, 19:19). Jacobs esperava ser o único americano do século 21 a cumprir tal norma, mas encontrou um inspetor religioso especializado em examinar as roupas alheias ao microscópio, para detectar as fibras proibidas.
Julie, a mulher de A.J., não ficou lá muito contente com o novo visual do marido, mas foi outra regra bíblica que balançou a casa dos Jacobs: a proibição de tocar mulheres durante o período menstrual (Levítico, 15:19). Da porta para fora, tudo era uma maravilha para Julie. Ele não encostaria em nenhuma outra mulher, sequer apertaria sua mão, já que não poderia saber se ela estava ou não naqueles dias – exceção feita para uma colega da redação da revista Esquire, que lhe enviou as datas por e-mail. Dentro de casa, porém, a coisa ficou feia. A regra é clara e diz que a impureza da mulher menstruada se transmite para onde ela repousar o traseiro. Para contagiar o marido com sua irritação, Julie passou a sentar em todas as cadeiras do apartamento. Nosso herói não teve outra saída senão comprar um banquinho portátil que, quando dobrado, vira um cajado. Nada mais bíblico.
A esta altura, você já deve ter notado que uma boa parte das citações deste texto tem origem no Levítico. Esse é o livro que descreve o episódio em que Deus chama Moisés para o topo do monte Sinai e lhe dita os 10 mandamentos. Mas a coisa não acabou aí: Moisés passou 40 dias escutando as leis que o Senhor tinha a passar para o povo de Israel. Algumas diziam respeito à alimentação. Porco não pode (11:7). Coelho não pode (11:5). Escargot não pode (11:30). Camarão não pode (11:12), independentemente do tamanho – por acreditar que existam crustáceos microscópicos na água encanada de Nova York, alguns rabinos de lá recomendam o uso exclusivo de água mineral.
Jacobs obedeceu a todas as proibições.Mas o que de fato chamou sua atenção foi um alimento permitido: insetos saltadores (Levítico, 11:22). E por que diabos (ops!) comer grilos e gafanhotos? “A única referência a esse hábito na Bíblia é a história de são João Batista, que sobreviveu à base de gafanhotos e mel”, diz Jacobs no livro. O autor, então, agiu como o santo: encomendou uma caixa de bombons de grilo e, mui biblicamente, repartiu a refeição com um relutante amigo. Nojento? Talvez, mas nada mais que isso.
Já a ordem bíblica para apedrejar adúlteros (Levítico, 20:10) induz ao crime de assassinato. O sagaz Jacobs encontrou um jeito para obedecer à lei divina sem cair nas malhas da lei mundana. “A Bíblia não especifica o tamanho das pedras”, afirma. O que ele fez, então? Encheu o bolso com pedregulhos e foi à cata de uma vítima, o que deveria ser a parte mais difícil da tarefa. Eis que um desconhecido de 70 anos ou mais agrediu verbalmente nosso aspirante a beato, perguntando por que ele “se vestia como uma bicha”. Jacobs explicou que estava lá para apedrejar adúlteros. “Eu sou um adúltero”, disse o homem – e levou uma pedrada de leve no peito. Ponto para o vingador bíblico.
Manter escravos também não pega muito bem no Ocidente do século 21, mas era prática corrente em todo o mundo na Antiguidade. O Velho Testamento, inclusive, traz instruções para espancar o servo sem causar sua morte imediata (Êxodo, 21:21) e recomenda não arrancar seu olho (Êxodo, 21:26), sob pena de ter de libertá-lo. Jacobs já havia desistido do personal escravo quando recebeu o seguinte e-mail: um universitário se oferecia como estagiário particular. “Qual é a coisa mais próxima da escravidão nos EUA?”, pergunta o autor. “Estágio não remunerado”, responde ele mesmo. “Caiu do céu.” O rapaz aceitou a condição do escritor – que exigiu chamá-lo de “escravo” –, mas o pior castigo que recebeu foi tirar algumas cópias xerox.
Para que fazer tudo isso, afinal? O apedrejamento e o escravo foram apenas brincadeiras – embora o estagiário tenha realmente caído do céu. De resto, Jacobs não se ocupou somente de costumes exóticos e bizarros para faturar com o livro (a honestidade bíblica o obrigou a dizer que esse era, sim, um dos motivos de seu projeto). Ele impôs a si mesmo uma rotina de rezas (Salmos, 105:1), de caridade (Lucas, 11:41), de respeito às tradições de seu povo e aos idosos (Levítico, 19:32). Até palavrão ele parou de falar (Efésios, 5:4).
Essa parte menos espetacular do ano bíblico de Jacobs foi justamente a mais difícil. Para reprimir a luxúria (Oséias, 4:10), o autor cobriu com fita adesiva as imagens de potencial apelo sexual de sua casa – inclusive a foto de uma mulher vestida de gueixa numa caixa de chá. Não funcionou. O método mais eficiente de resistir à tentação, segundo ele, era pensar na própria mãe (aqui temos um claro abuso do voto de honestidade do autor).
Também a cobiça (Êxodo, 20:17) foi dura de controlar. Um dia, Jacobs listou as coisas que cobiçara desde a manhã: o cachê que outro escritor cobra por palestra, um computador PDA, a paz mental do fulano da loja de Bíblias, o jardim da vizinha, George Clooney e o roteiro do filme Como Enlouquecer Seu Chefe, de Mike Judd. E isso ele escreveu às 2 horas da tarde.
O maior desafio de A.J. Jacobs, contudo, foi a fé – que, convenhamos, é um requisito e tanto para ser plenamente bíblico. O escritor do início do livro é um homem de 38 anos, com um filho de 2 anos e uma enorme vontade de aumentar a família (Gênesis, 1:22). Ele não tem fé, mas sente falta de um alicerce moral para o próprio lar e mergulha na religião, um terreno desconhecido. Nos primeiros meses, sente-se desconfortável ao rezar; perto do fim do projeto, experimenta o êxtase místico – dançando feito um rabino louco ao som de Beyoncé, na festa de 12 anos (bat mitzvah) de uma sobrinha. Mas ainda se declara agnóstico.
Aparentemente, o cara conseguiu encontrar o sentido que buscava. E uma explicação, embora nem sempre convincente, para cada uma das regras bíblicas. A enorme barba, por exemplo, serve para indicar que se trata de um homem de paz. Um guerreiro nunca a usaria, pois o inimigo se agarraria aos seus pêlos – assim lhe disse um líder religioso em Jerusalém.
Jacobs encontra sentido até no mais estapafúrdio dos mandamentos, que ordena decepar as mãos da mulher que agarrar “as vergonhas” do oponente de seu marido em uma briga (Deuteronômio, 25:11-12). Aqui, a mensagem oculta é: a mulher causou vergonha tanto ao próprio marido (que venceu a luta injustamente) quanto ao inimigo dele. A interpretação rabínica das escrituras diz que a mulher que envergonha o marido deve pagar uma multa – a mutilação é metafórica.
Se os judeus aceitam como metáfora uma ordem divina e os cristãos ignoram muito do Velho Testamento – a vinda de Cristo teria anulado a necessidade de circuncisão, entre outras coisas –, quem segue a Bíblia ao pé da letra, de cabo a rabo? “Ninguém”, conclui Jacobs, “nem os fundamentalistas”. Quem se propõe a fazer uma leitura literal da Bíblia acaba sempre escolhendo o que vai obedecer.
Testemunhas de Jeová
Não prestam serviço militar porque “todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus, 26:52). Não celebram o Natal ou outra data cristã, pois a Bíblia nada fala a respeito disso. Tampouco comemoram aniversários, pois as únicas menções bíblicas a eles são em festas de gente má – um faraó e um rei judeu mancomunado com os romanos. E repelem as transferências de sangue numa interpretação radical da frase bíblica “nenhum sangue comereis” (Levítico, 7:26).
Judeus messiânicos
No capítulo 19 do livro Números, há uma profecia a respeito de uma novilha vermelha, sem nenhum pêlo de outra cor, que deve ser sacrificada e cremada para a purificação espiritual de quem tocar suas cinzas. Acontece que os sacrifícios animais só podem ocorrer no templo de Jerusalém. O 2º templo de Jerusalém foi destruído pelos romanos, e a construção do 3º templo marcará a chegada do Messias. Judeus ultra-ortodoxos dos EUA tentam criar a tal novilha na esperança de que ela seja o estopim dessa era messiânica. Até agora, sem sucesso.
Domadores de cobras
Alguns pastores da Igreja de Deus no sul dos EUA brincam com cobras venenosas como uma prova de fé. Eles fazem isso porque a Bíblia afirma que os homens de fé em Cristo “pegarão nas serpentes” (Marcos, 16:18). Uma interpretação menos literal diz que as cobras são, na verdade, dificuldades e provações.

(NOGUEIRA, Marcos. A Bíblia como ela é. (Novembro/2007). Disponível em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2007/conteudo_545664.shtml)

O DESAFIO ESTÁ LANÇADO! 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Música do fim de semana


Toda sexta, uma música será escolhida para embalar o fim de semana!!! A primeira escolha da "Música do fim de semana" é The Edge of Glory, da Lady Gaga! Como bom gay que sou, Gaga não poderia ficar de fora do meu repertório. O clipe não é lá essas coisas! Esses dias fiz algo que nunca deveria ter feito: Prestar atenção no clipe.

Sabe quando você assiste a algo e não presta muita atenção e está fazendo umas outras três coisas ao mesmo tempo? Então, assisti a esse clipe dessa forma, e uma imagem se criou na minha mente. Sem falsa modéstia, a imagem que eu tinha desse clipe, antes de prestar atenção nele era muito mais legal.

Enfim, poderia ter escolhido uma música mais nova da Gaga (parece que tem clipe novo toda a semana), mas eu levo um certo tempo para me acostumar com os clipes dela (acho que é a idade). Enfim, já deu para perceber que não sou muito fã do clipe, mas a música é muito boa. Nas últimas vezes que fui para a balada tocou um remix bafônico. Me acabei no dance floor!

Outro motivo para escolha de Lady Gaga para o dia de hoje é a incrível capacidade que ela possui como entertainer (depois de Madonna, é claro). Se você procurar no Google por The Edge of Glory Live, irá encontrar diversas apresentações, nos mais diferentes programas por todo o mundo, mas você não verá nada igual de uma para outra. Cada apresentação tem algo único, e é isso que torna Gaga uma artista singular.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Stand Up! Don't Stand for Homophobic Bullying


Propaganda irlandesa anti bullying homofóbico.

A campanha promove a amizade entre os jovens, como forma de combater o bullying homofóbico.

O preconceito nas escolas, o já mais que conhecido bullying, faz parte da vida de milhares de estudantes mundo afora. Muitas pessoas, que não estão mais na escola, dizem que foram vítimas de bullying, mas em suas épocas essa palavra não existia e elas não morreram por ser discriminadas. Dizem ainda que isso é uma frescura, e qualquer movimento em falso já é considerado bullying.

Acontece que as coisas não são tão simples assim! Cada pessoa tem sua própria maneira de encarar os acontecimentos da vida. Ser chamado de bichinha na escola, na fase da pré-adolescência, por exemplo, pode não afetar em nada o desenvolvimento de um adolescente em fase de descoberta. No entanto, para uma outra pessoa, essa ofensa pode marcar o restante do seu desenvolvimento, fazendo com que este torne-se um adulto muito mal resolvido.

Enfim, acho este vídeo de uma sensibilidade tremenda. Não há beijo na boca, não há agressão física! Há apenas um pegar na mão, sendo este o elemento de complicação e, na sequência, o de resolução do vídeo. São de propagandas assim que precisamos. Temos que "chocar" as pessoas, sendo inteligentes. São ideias geniais, assim, que trazem a reflexão.

A mensagem no final do vídeo é perfeita: "LEVANTE-SE POR SEUS AMIGOS GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSGÊNEROS". Eu acrescentaria: "Levante-se por você!".

terça-feira, 13 de setembro de 2011

É possível converter um gay?

Calma! Não é nenhum texto denúncia de alguma religião que faz a conversão de gays e os trazem para o caminho da luz. Realmente, nada disso. A questão é a seguinte: Sabe aquele seu amigo que vive querendo te ver com uma mulher, que diz que mulher é a melhor coisa do mundo e não sabe como você consegue ficar com um barbado ao invés de pegar uma "gostosa"?


Tá certo que eu acho a Angelina Jolie gata, mas nem por isso tenho fantasias sexuais com ela. É é este o argumento mais usado para tentar nos convencer a virar a casaca. Quem já não ouviu a frase: "Will, mas olha aquela mulher ali gostosona, você não pegaria ela?".

De verdade, eu não sou gay porque não consegui pegar uma mulher gostosa. Eu nem tentei, pois sei das minhas preferências. Eu sou gay, pois me sinto atraído por homens. Simples assim!

Meu marido (sim, eu sou casado) também já ouviu de um colega de trabalho dele esse mesmo tipo de argumento. A resposta que ele deu foi de uma magnitude, que merece sempre ser lembrada: "Então, se eu te apresentar um cara bem gostoso, você fica com ele por ele ser bonito?". Óbvio que não houve tréplica.

No entanto, quando o nosso argumento é apresentado, o comentário é que nesse caso a coisa muda de figura. Como assim? A proposta é válida para mim, mas não é válida para você? É óbvio que não beesha! Pois a nossa sociedade é heteronormativa, ou seja, o "normal" é ser heterossexual.

Como eles sempre insistem com essa história toda, seguem duas sugestões de homens bonitos para ver se esses nossos amigos não querem se converter.



Versões


Eu adoro este vídeo, pois traz a temática do preconceito (social, racial e sexual) por uma outra visão, invertendo os papéis do "discriminador" e do "discriminado". O bacana são os clichês preconceituosos que todos nós falamos e nem nos damos conta de que estamos sendo extremamente preconceituosos.

"O NATURAL TAMBÉM É UMA ALTERAÇÃO"

(Filme de Rafael Mattos, com Leonie Gouveia, Flavia Candida e Victor Dornelles)



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Portas abertas

Cada dia que passa, a decisão de contar ou não para amigos, vizinhos, pessoal do trabalho, pai, mãe, irmãos, parentes, parentas, academia, escola, faculdade torna-se mais difícil.

Como vocês viram, a lista é grande (tem mais gente para contar, pode ter certeza!). Para quem contar primeiro? Como eu faço para abrir a porta do armário???


Antes de mais nada, vou contar a minha história. Eu já tinha mais de 20 anos (ou seja, eu realmente sabia que eu era gay). Minha mãe já vinha me perguntando e eu me esquivando. Eu estava começando a minha carreira e já tinha saído de casa (às vezes é necessário sair de casa para poder sair do armário).

A primeira pessoa que eu contei foi minha grande amiga do trabalho. Eu e ela sofremos de amor à primeira vista e viramos realmente grandes amigos (amigo gay tem que ter uma amiga, sempre!). Um dia estávamos no shopping e eu decidi contar a ela. Já estava cansado de mentiras.

Quando você conta para alguém, a primeira fase que você vai escutar é: "Eu já sabia!". Dá vontade de falar assim: "Por que você compactuou com isso até agora?". Claro que não dá para dizer isso.

Depois que eu contei para ela foi como se o arco-iris estivésse batendo no meu armário. Já estava olhando para fora, querendo ver como o mundo pode ser mais colorido.

Porém, antes de continuar a sair contando para todo mundo, decidi contar para minha família (aqui entenda-se mãe). Ao contrário de muitos gays, o meu problema não era com o meu pai (que disse a primeira frase e deu muita risada), mas sim a minha mãe. Em um ato de muita coragem, enviei um email bomba para ela, contando toda a verdade. Uma semana depois nos encontramos em um shopping (mas bicha adora um shopping, né?) e conversamos de verdade. Ela chorou, perguntou se eu tinha certeza, se não era apenas uma fase e toda aquela história de mãe (isso rende um post), e eu confirmei que não era uma fase até ela entender.

Minha mãe, como dá para perceber, é super conectada na internet e também é uma pessoa impressionante. Passado o susto inicial, ela quis saber tudo do universo gay (aqui leia-se sexo gay). Expliquei muitas coisas para ela e desde então venho a educando no dicionário cor de rosa.

Depois disso, o contar para o resto mundo foi muito mais "tranquilo".

Novo blog gay na área

Vendo a descrição do blog, parece um blog militante, que quer convencer aqueles que ainda estão dentro do armário a conhecer o mundo fora deste lugar em que muitos gays ainda se escondem e coisa tal. Não que eu não tenha essa pretensão. Porém, a ideia é apresentar vídeos interessantes sobre o nosso mundo - contra homofobia ou como é tão legal ser gay -, fazer sugestão de leituras e de sites interessantes.

As ideias para o blog são muitas! Espero que eu corresponda às minhas expectativas e que os assuntos que eu abordar por aqui sejam de utilidade para algumas pessoas. Vamos ver no que vai dar! Bem vindos ao "Por fora do armário".


Aqui o arco-íris pode ter muito mais que sete cores...