segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Portas abertas

Cada dia que passa, a decisão de contar ou não para amigos, vizinhos, pessoal do trabalho, pai, mãe, irmãos, parentes, parentas, academia, escola, faculdade torna-se mais difícil.

Como vocês viram, a lista é grande (tem mais gente para contar, pode ter certeza!). Para quem contar primeiro? Como eu faço para abrir a porta do armário???


Antes de mais nada, vou contar a minha história. Eu já tinha mais de 20 anos (ou seja, eu realmente sabia que eu era gay). Minha mãe já vinha me perguntando e eu me esquivando. Eu estava começando a minha carreira e já tinha saído de casa (às vezes é necessário sair de casa para poder sair do armário).

A primeira pessoa que eu contei foi minha grande amiga do trabalho. Eu e ela sofremos de amor à primeira vista e viramos realmente grandes amigos (amigo gay tem que ter uma amiga, sempre!). Um dia estávamos no shopping e eu decidi contar a ela. Já estava cansado de mentiras.

Quando você conta para alguém, a primeira fase que você vai escutar é: "Eu já sabia!". Dá vontade de falar assim: "Por que você compactuou com isso até agora?". Claro que não dá para dizer isso.

Depois que eu contei para ela foi como se o arco-iris estivésse batendo no meu armário. Já estava olhando para fora, querendo ver como o mundo pode ser mais colorido.

Porém, antes de continuar a sair contando para todo mundo, decidi contar para minha família (aqui entenda-se mãe). Ao contrário de muitos gays, o meu problema não era com o meu pai (que disse a primeira frase e deu muita risada), mas sim a minha mãe. Em um ato de muita coragem, enviei um email bomba para ela, contando toda a verdade. Uma semana depois nos encontramos em um shopping (mas bicha adora um shopping, né?) e conversamos de verdade. Ela chorou, perguntou se eu tinha certeza, se não era apenas uma fase e toda aquela história de mãe (isso rende um post), e eu confirmei que não era uma fase até ela entender.

Minha mãe, como dá para perceber, é super conectada na internet e também é uma pessoa impressionante. Passado o susto inicial, ela quis saber tudo do universo gay (aqui leia-se sexo gay). Expliquei muitas coisas para ela e desde então venho a educando no dicionário cor de rosa.

Depois disso, o contar para o resto mundo foi muito mais "tranquilo".

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